
Sei de caminhos em descaminhos
do tropel de loucas vozes
de desavisadas ilusões
e de noites a dormirem ébrias
com seios descobertos
sem pudor, talvez.
Mas sei também
das caminhadas falantes
com voz de maciez em pétalas
a rasgar manhãs acortinadas
enquanto não há palhaços de circo
e nem disfarçados carnavais.
Só sei também de sóis em chuvas
a se vestirem de noivas
de sementes
a florescerem campos amarelos
de bocas cumprindo perdões
e de esperanças
comungando certezas.
Alvina Nunes Tzovenos
In: Palavras ao Tempo